“namoro e conhecimento do outro”

Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “namoro e conhecimento do outro”. Lembro-me de ter escrito um tempo atrás sobre o namoro, dando algumas dicas acerca desse período tão importante de preparação para o casamento. Desta vez, quero aprofundar um dos temas do qual falei na outra ocasião, e nunca é demais falar: a importância do conhecimento de quem você está namorando. Quem não deseja se casar com uma pessoa podendo ter a segurança de que dará certo? Todo mundo deseja isso. Não há dúvida de que todo casamento comporta um risco, no sentido de saber 100% com quem se está casando; no entanto, esse risco pode ser reduzido, segundo a minha experiência, ao mínimo. Gosto muito de citar um pensamento de Benjamim Franklin sobre o casamento que nunca mais esqueci, por ser muito verdadeiro: “Abra bem os olhos antes de casar. Mantenha-os semicerrados depois”. Sem entrar na segunda parte desse pensamento, que é de bastante sensatez, vamos ficar com a primeira parte: “Abra bem os olhos antes de casar”!!! Abrir os olhos!!! Eis uma tarefa importantíssima e nada fácil!!! Se é difícil para mim conhecer as pessoas, eu que passo o dia inteiro conversando com elas, procurando conhecê-las a fundo para melhor ajudá-las, quanto mais para vocês, que não têm quase experiência nisso. É uma tarefa muito difícil, mas há um segredo: não relevar nada; é preciso ser, no bom sentido, muito, muito crítico. O que isso quer dizer? Que não devemos passar por cima de nada. Qualquer defeito ou comportamento que chame minimamente a atenção deve ser considerado a fundo. Vamos dar um exemplo. Vamos supor que você tenha notado que seu namorado exagerou na bebida durante uma festa. A atitude normal para muitas pessoas é relevar, porque, afinal de contas, era apenas uma festa, ele é jovem, você também já exagerou; por outro lado, ele é muito bom etc., etc. Uma pessoa crítica não deve pensar assim. Deve questionar: será que ele tem controle sobre a bebida? Será que ele já fez isso várias vezes? Por que ele bebe? O que está por trás? Será que a bebida é um problema mal resolvido na sua vida, apesar de ser jovem? Quantas pessoas já vi cujo cônjuge tem problema com relação à bebida e isso já era sinalizado antes, só que não se deu a importância devida. Costumo dizer que em geral as pessoas, na sua essência, não mudam muito. Se alguém bebe muito depois do casamento, com certeza essa pessoa já dava indícios disso antes. As pessoas sempre dão indícios de quem são, e é nos detalhes que você as conhece. Falei da bebida, mas poderia ter falado de outras coisas mais. Poderia elencar agora uma série de queixas que as pessoas fazem sobre seu cônjuge e para as quais não deram a devida atenção antes do casamento; essas queixas tornam a relação hoje bastante difícil. Cabe a cada um estar atento, muito atento a partir de agora. Nessa tarefa há dois grandes obstáculos: o apaixonamento e o noivado. Se o namoro costuma ser dividido, a grosso modo, na fase do apaixonamento e na fase do noivado, essas duas fases atrapalham bastante o conhecimento do outro. Na primeira fase, na fase do apaixonamento, é uma fase cega, pois a paixão, por sua natureza, é cega. Ela tende a ver as qualidades e relevar os defeitos. O noivado em si também é cego, pois no noivado as pessoas ficam muito focadas em preparar o casamento. Ou seja, se vocês não cuidarem, ficarão cegos até a hora do casamento. Para quem tem fé, nada melhor do que, além de sermos muito críticos, sem neuroses e com muita paz, pedirmos luzes a Deus. Quem melhor do que Deus, do que o Espírito Santo para nos iluminar em nossas escolhas? Não deixem de pedir ajuda a Deus para que Ele vos ajude a conhecer quem é a pessoa que Ele pensou para vocês ou certifique se quem vocês estão é a pessoa certa. Uma santa semana a todos! (*) Padre Paulo M. Ramalho falar.paulo@gmail.com

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