“É essencial aprendermos a detectar a presença da arrogância em nós e lidar com ela. Conheci certa vez um funcionário do Tesouro americano especialista em reconhecer dinheiro falso. Quando perguntei como ele fazia isso, respondeu: “Eu não analiso notas falsas, só analiso as verdadeiras”. Explicou que, conhecendo cada centímetro quadrado das notas de 20, 50 e 100 dólares legítimas, quase sempre podia reconhecer instantaneamente uma nota falsificada.O mesmo vale para a arrogância. A melhor maneira de reconhecê-la e compreender a natureza da verdadeira humildade. Ao nos familiarmos com suas características, podemos identificar sem demora sua ausência. E, quando não há humildade, geralmente a arrogância assume o controle. O que é a verdadeira humildade? Não é uma atitude de autodepreciação ou subserviência. A pessoa verdadeiramente humilde acredita sinceramente que tudo o que possui de valor veio e vem da contribuição dos outros. Quando uma pessoa crê nisso, ela se sente grata por tudo o que aprende e está sempre aberta para novas descobertas. Ela valoriza as sugestões e a ajuda do próximo. Uma das características mais admiráveis dos genuinamente humildes é a disposição de priorizar as necessidades dos outros. Um dia o ex-pastor da minha igreja, o Dr. Jim Borror, foi procurado por uma mulher que lhe pediu ajuda. Seu marido era um empresário multimilionário, mas, embora parecesse ter tudo o que desejava, era infeliz, amargo e irrascível. Não tinha amigos, era detestado pelos funcionários e pelos próprios filhos. Sua mulher apenas o tolerava. Quando o Dr. Borror recebeu o empresário, este logo começou a falar das suas conquistas, manifestando uma enorme arrogância. Afirmava ter erguido sua companha do nada, sozinho. Nem seus pais tinham lhe dado um centavo. Trabalhara para pagar a faculdade. Jim falou: – Então você fez tudo sozinho.- Fiz – respondeu o homem. Jim insistiu: – Ninguém nunca lhe deu nada.- Nada! Então Jim perguntou: – Quem trocou suas fraldas? Quem o alimentou quando bebê? Quem trabalhou para sustentá-lo? Quem o ensinou a ler e a escrever? Quem lhe deu os empregos que o mantiveram na faculdade? Quem lhe deu o primeiro emprego depois de formado? Quem serve a comida na lanchonete da sua empresa? Quem limpa os banheiros lá? O homem baixou a cabeça, envergonhado. Instantes depois, disse: – Pensando melhor, não conquistei nada sozinho. Sem o esforço das outras pessoas, provavelmente nada teria. Jim assentiu e perguntou: – Você não acha que elas merecem um agradecimento? O coração do homem se transformou aparentemente da noite para o dia. Nos meses que se seguiram, ele escreveu cartas agradecendo a cada pessoa que contribuíra para sua vida. Fez o mesmo com cada um dos seus 3 mil funcionários. Passou a sentir uma profunda gratidão e começou a tratar todos à sua volta com respeito e afeto. Felicidade e paz substituiram a raiva a a discórdia em seu coração. Ele parecia ter rejuvenescido. Seus funcionários passaram a adorá-lo por receberem o tratamento digno e repeitoso que parte da verdadeira humildade. Sabedoria: Em provérbios 11:2, Salomão afirma: “A humildade caminha junto com a sabedoria”. Em outras palavras, quanto mais humilde você for, mais sábio se tornará. Ao contrário dos arrogantes que acreditam saber tudo, os humildes valorizam o que os outros podem lhes ensinar. Absorvem sabedoria de cada experiência e de cada pessoa que passa por suas vidas….” Texto extraído do Livro “Salomão, o Homem mais Rico que Já Existiu” de Steven K. Scott. Comentário de Joaquim Accioly Li com muita atenção e até repetidamente o texto original e os comentários. Perdoem-me se coloco mais lenha na fogueira. Mas, nem precisa chegar à questão da virtude espiritual da humildade pos a própria vida em sociedade já nos ensina a olhar para nós mesmos com lente redutora assim vejamos: A nossa natureza arrogante pode se disfarçar de grandiosidade ou de uma enorme autoconfiança, mas na verdade ela está enraizada na inadequação, na insegurança e no medo. A arrogância é uma expressão da nossa obsessão por ser maior, mais inteligente, mais grandioso e mais importante do que as outras pessoas, para compensar o que acreditamos estar faltando. Por nos sentirmos tão pequenos e insignificantes, precisamos parecer maiores do que somos para provar que, na verdade, somos especiais. Tentando compensar o medo de não sermos bons o suficiente, adotamos a atitude “sou mais virtuoso que você” e podemos de fato a acreditar que somos melhores do que aqueles à nossa volta. Embora a arrogância possa nos levar a sermos mais informados, bem relacionados e bem-sucedidos, a sua motivação é esconder os nossos pontos fracos e exagerar os nossos pontos fortes. A arrogância proporciona a fachada perfeita, permitindo-nos ser manipuladores, irresponsáveis, controladores e violadores de regras – só para dar alguns poucos exemplos. Ela nos faz olhar de cima a baixo com condescendência para aqueles que consideramos inferiores a nós. (…) A arrogância aparece na nossa vida usando vários disfarces. Ela se mostra em todos os julgamentos que fazemos contra os outros, está por trás das nossas ironias moralistas e nos mantém leais ao que acreditamos ser verdade mesmo quando há provas do contrário bem diante dos nossos olhos. Para descobrir onde e como a arrogância se mostra na nossa vida, só precisamos examinar os nossos julgamentos e nossas projeções. É arrogância julgar os outros e pensar em nós como se fôssemos mais evoluídos do que de fato somos. Sempre que somos afetados pelo comportamento de outras pessoas e pensamos “elas são umas retardadas” ou “por que não conseguem fazer uma coisa tão simples?” é bom refletir se isso não seria um aviso de que estamos projetando sobre os outros alguns de nossos aspectos indesejáveis e de que a nossa arrogância está servindo como mecanismo de defesa para que não vejamos algo sobre sós mesmos que não queremos ver. Sempre que apontamos o dedo, cheios de razão, ou sempre que temos certeza de que outra pessoa está aquém do seu potencial, precisamos voltar nossos olhos para nós mesmos. Isso requer grande humildade. A arrogância sem o antídoto espiritual da humildade nos leva a uma mentalidade impenetrável que nos impede de fazer uma autoavaliação honesta e reconhecer os nossos impulsos sombrios, as nossas tendências destrutivas e quais dos nossos comportamentos são – e não são – aceitáveis. (…) Perdoem-me pelo exagero.