Qualquer ação requer reação. É a Lei. Para quem possui uma visão sadia, impossível não piscar ao menos diante de algo que lhe chame a atenção. Os fatos que nos rodeiam, causam indignações, também despertam reações, medo em alguns, pânico em outros, exclamações para muitos. Como não reagir?
Na verdade, não sei sequer qual desses fatos devo citar primeiro. Quando abro o jornal, deparo-me com incontáveis episódios da avassaladora miséria humana, a degradação dos costumes e valores na qual nos atolamos. Violência gerando mais violência. A humanidade parece se afundar no lodo da indignidade, da insanidade…
Quando ligo a TV para um momento de puro lazer, sou obrigado a admitir que a homofobia (medo do próprio homem) de fato existe, sem a aplicação forçada que hoje lhe fazem. É um sentimento mais que “globalizado”, pois vai além das imposições subliminares de uma “casta” midiática. Entenda os de coração puro e mãos limpas.
O fato é que, de repente, aqueles que se apresentam como minoria e se dizem excluídos do meio, resolveram mostrar suas unhas e dentes (postiços ou não) e suas personalidades siliconadas, para serem reconhecidos ou ao menos respeitados em suas opções. Até aqui, nada posso objetar, pois que liberdade é um direito sagrado. Todavia, o povo nos ensina que merecem respeito os que também respeitam, ou quem se dá ao respeito.
Quanto a mim, procuro respeitar a lei que me impede de manifestar sentimentos contrários aos direitos de outrem. Diante de Deus somos iguais. Todavia, isso não me obriga a aceitar desvios de conduta, a devassidão moral, a rebeldia contra nossas instituições seculares, que, queiram ou não, dão equilíbrio às disparidades humanas. Mesmo com um braço quebrado, sobra-me outro para escrever. Mesmo vencido pela aparente imobilidade que a lei dos homens nos impõe, tenho a meu favor a Lei de Deus. E ela me diz, neste momento: “Ai de mim, por causa da minha ferida! É bem dolorosa a minha chaga. Eu havia dito: fosse apenas este o meu mal, eu o suportaria” (Jer 10,19).
O que não quero é ser um cristão de duas caras. Alguém que acende duas velas: a Deus e ao diabo. Acredito e ponho minha fé naquilo que se constitui em normalidade para os padrões do comportamento humano, base para superar as ilusórias devassidões, sua libido meramente instintiva, animal. Isso não casa bem com os planos da criação. Não é e nunca será um casamento feliz. Casamento perfeito é a atração dos opostos.
Por isso exponho minha cara. Não endosso e nem compreendo qual o objetivo de um veículo de comunicação que se deixa vender pela licenciosidade. Quem lhe deu o direito de invadir nossos lares para abordar acintosamente, como se naturais fossem, as anormalidades do comportamento humano? Seriam essas aberrações televisivas passíveis de nossa tolerância enquanto família, pais e formadores que sonham com uma vida ao menos normal para seus filhos e filhas? Quem patrocina essa campanha? Quem ganha com ela? O que ganhamos? Vivemos a prosperidade dos maus. Os princípios basilares da dignidade humana, a retidão e os bons costumes voaram pelas nossas janelas. Sei que minha voz quebra o silêncio de muitos que hoje se calam, indignados. Falo por estes. Se calar, as pedras também falarão por nós, aqueles que prezam os verdadeiros princípios de uma vida digna. O Salmo da vida, o canto da natureza em harmonia, me força a proclamar: “Reflito para compreender este problema, mui penosa me pareceu esta tarefa, até o momento em que entrei no vosso santuário. E que me dei conta da sorte que os espera” (Sl 72, 16-17). Triste sorte. Triste sina
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A dramaturgia da alma possui duas caras: a do bem e a do mal. Diante de Deus sobra apenas uma e nossa esperança é que seja ela a favorita…
WAGNER PEDRO MENEZES wagner@meac.com.br