Topo qualquer parada que me proporcione a oportunidade de demonstrar meu orgulho por ser cristão. Sei dos riscos que corro. Sei que muitos santos e santas, aqueles e aquelas que assim se intitulam, já fazem micagem para o que escrevo a seguir. Só não sei se continuarão nesta leitura. Mas, vamos lá. Por um mundo sem racismo, machismo ou qualquer tipo de preconceito contra a harmonia preestabelecida na ordem da criação é que Jesus veio ao mundo e deu sua vida. Recordou o pensamento do Pai, quando contemplando sua obra viu que tudo era bom, até que um naco de bela e luzidia maçã envenenasse a pureza do coração humano. Então Jesus veio, para recuperar o brilho natural do pomo de Adão, dar-lhe a dignidade da perfeição humana e renovar a aliança do Sinai, aquela cujos mandamentos fez brilhar um arco íris de sete cores, desde então símbolo do primeiro pacto de amor entre Deus e os homens. Neste pacto constava um mandamento: manter a pureza do corpo, ou seja, ser casto. É claro que castidade não representa somente a abstinência de uma vida sexual, pois que senão todos os casais estariam impossibilitados de viverem a plenitude do amor e a humanidade encerraria seu ciclo reprodutivo. A castidade proposta por Deus selou a aliança com seu povo, reprimindo antes a promiscuidade. Tinha como exemplo o triste fim de Sodoma e Gomorra. Lá, civilizações libertinas e dadas aos excessos dos prazeres, o acordo de Abraão com Deus reduziu-se a uma única condição: “Não destruirei a cidade se nela encontrar dez homens justos”. Encontrou apenas um, Lot, salvo da chuva de fogo e enxofre que destruiu sua cidade. Páginas da história bíblica, que pouco ou nada dizem a nosso respeito, dirão aqueles que nos acusam de preconceitos, ou, como querem hoje, homofobia. Chique, esse termo. É mais uma invenção linguística, criada em 1971 pelo psicólogo George Weinberg, para se justificar e mascarar uma situação contrária à ordem da natureza humana. Combinam a palavra grega phobos (fobia, medo) com o prefixo que dá nome à mais perfeita criatura divina, homo (também significando iguais). Fobia tem aqueles que se negam a encarar a própria realidade (racional, eu penso) e concluir pela anormalidade de seus atos e ações, contrários aos planos de Deus. Ora, pior que a dita homofobia (vamos aqui considerá-la dentro da finalidade de quem a inventou) é a xenofobia (medo de encarar a realidade) cuja consequência é rejeitar qualquer padrão social, religioso, ético ou até político. Se, do lado de cá, somos homofóbicos, do lado de lá estão os xenofóbicos. No entanto, a fé cristã nos ensina a tolerância paciente, a caridade fraterna, a compreensão das fraquezas humanas, porém nunca o compactuar-se com seus deslizes. Sob o ponto de vista da moral e ética, nada mais reconfortante do que a misericórdia divina, cujos ensinamentos primam pelo respeito à liberdade do indivíduo. Este, sim, é dono de seu próprio nariz, sua própria salvação. Ao cristão resta continuar como pedra no sapato, sinal de alerta, porém consciente de seus próprios limites. “Tudo é permitido, mas nem tudo edifica” (1 Cor 10,23). O que assistimos hoje é uma perversão generalizada no conceito da sexualidade humana. Uma parada dura para pais e educadores que ainda prezam um mínimo de princípio cristão. Nessa cruzada, o que pesa é uma pequena aragem do bom senso, ou seja: liberdade nunca foi sinônimo de libertinagem. WAGNER PEDRO MENEZES wagner@meac.com.br