Quando Cristo proclamou seu mais famoso discurso, não o fez com os recursos tecnológicos de que hoje dispomos, mas conseguiu perpetuá-lo até as gerações atuais. No Sermão da Montanha fez ecoar a força da simplicidade e o magnetismo da Verdade que impregnava sua pessoa – humana enquanto divina e divina conquanto humana. Usou apenas de um artifício: ocupar uma vale e voltar-se contra o vento para que suas palavras chegassem aos ouvidos de todos. Hoje, quando a Igreja retoma o discurso cristão com a missão de proclamá-lo a todos os povos, o adapta sim à linguagem e aos meios de comunicação modernos, para que todos nós tenhamos a alegria e o privilégio de apreciá-lo. Não usamos de brisas passageiras, mas da troante e poderosa rede de comunicação que faz pequeno o universo humano, mas grandioso o ser que ocupa esse universo doado pelo Criador. Sempre atento às evoluções mundiais, o Papa chama a atenção da Igreja para melhor proveito das redes sociais na obra da Evangelização. Em seu documento “Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital”, que já fornece subsídios para a celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais (5 de Junho), Bento XVI nos lembra que: “comunicar o Evangelho através dos novos mídia significa não é só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho”. Bem oportuna e atual é essa colocação do Santo Padre. A Igreja não pode perder sua força extraordinária de formadora não só de opinião, mas também orientadora da conduta social. Chegar até aqui e deixar de lado sua figura de mestra e doutora na arte de conduzir seu povo, através da sua identidade de ligação entre as verdades humanas e a Verdade celestial, é no mínimo uma atitude de afronta à sua integridade institucional. Há riscos? Sim, como em qualquer outro canal das comunicações sociais humanas. A internet está poluída, os twitter alçam voos desconhecidos, os blogs… Conhecemos seu lado profano, pernicioso, mas igualmente as possibilidades que alavancam, a interatividade, a eficiência de um tet a tet virtual, mas muitas vezes salvador, providencial. São nesses canais que a voz e o pensamento humano circulam em toda e qualquer língua, deixando Babel abobalhada. Assim, chegaremos aos céus! Não pesemos apenas os riscos. Olhemos também os prós, pois o perigo maior é estarmos nos escondendo atrás de justificativas vazias para não nos comprometermos publicamente. Pergunta o Papa: “Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo “diferente” daquele em que vivemos? Temos tempo para refletir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras?” Mas sua resposta afugenta qualquer risco, pois “usadas sabiamente” as redes sociais modernas “podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido da verdade e unidade, que permanece a aspiração mais profunda do ser humano”. Então vamos tuiutar! Então vamos organizar nossas tribos cibernéticas, nossas comunidades interativas. Venha blogar comigo. A mensagem cristã cabe em qualquer lugar, até na brisa da tecnologia humana, até nos vales de suas incertezas e inseguranças. Felizes os que proclamam a Palavra, felizes os que não se envergonham da Fé que possuem… Felizes somos nós, cristãos de um Novo Milênio, cujo grau de evolução e conhecimentos ainda nos permite descobrir nossas cabeças e louvar a Deus com humildade e gratidão. Comece agora, clique enter e passe adiante essa mensagem. WAGNER PEDRO MENEZES wagner@meac.com.br