UMA JORNADA DE PESO

Mais de dez mil jovens de vários estados brasileiros terão o privilégio de representar o Brasil numa JMJ, Jornada Mundial da Juventude. O encontro já se firma como tradição e terá como figura central dentre seus assessores o papa Bento XVI. Será em Madri, Espanha, de 16 a 21 de agosto próximo. Será mais uma oportunidade para a juventude católica brasileira sentir-se inserida no contexto de uma Igreja verdadeiramente Universal. O encontro acontece desde 1986, a cada dois ou três anos, não apenas com o objetivo de congraçamento entre os jovens, mas para celebrar de maneira universal a fé e a alegria da revelação messiânica de Jesus a toda a humanidade, em especial aos jovens. Resgata a afirmativa de Pedro diante da questão: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem”? E Pedro não hesita na resposta: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”! Da mesma forma que, por ocasião da primeira jornada presidida por João Paulo II, fundador desse evento, este lhes deixou uma frase de efeito e uma cruz como presentes: “Só em Cristo morto, mas ressuscitado, se encontra a redenção”. Simultaneamente, as dioceses brasileiras estão sendo convidadas a realizarem uma pré-missão entre os dias 10 e 15 de agosto, dando oportunidade aos jovens que aqui ficarem de se sentirem unidos a esse encontro. Serão convidados à oração, reflexão ou quaisquer outras atividades que possam inseri-los nesse evento mundial. Para tanto, o secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé e Juventude Missionária, padre Marcelo Gualberto, que chefia a delegação brasileira, faz questão de divulgar o site www.jmjbrasil.com.br/jmj/, onde estarão sendo postadas todas as referências e atividades desse grande acontecimento católico. Dadas essas informações básicas, não há nada mais revelador que antever, nas entrelinhas dessas atividades, um grande sinal de esperança, pois que num painel de grandes contradições ou mesmo negativas à crença cristã, eis que nossa juventude se levanta e diz não às opiniões contrárias à sua fé. Nem tudo está perdido, como às vezes deixamos escapar. O Cristo, Filho de Deus vivo, não deixou de lado seu cajado e continua apascentando seu rebanho, em especial nossos jovens, como a maior riqueza desse mundo. Diria o poeta Fontoura Xavier: “Sondai a terra…no seu ventre aflito/ Revolvei-lhe o recôndito tesouro;/ E, envolto nas agruras do granito,/ Encontrareis o ouro…” É que às vezes não percebemos a preciosidade que temos dentre nós. Também é revelador o aspecto missionário dessa jornada. Desde seu início, há uma grande preocupação da Igreja em associar a JMJ à dimensão missionária da vida cristã, cuja ação se dá não só por mero atributo que a doutrina cristã nos confia, mas sim pelo entusiasmo que o anúncio do Evangelho nos proporciona. Daí que um jovem renovado pelas revelações cristãs e com o coração transbordante de alegria nessa experiência pessoal com Cristo, nunca mais será o mesmo. Multipliquem, pois, esses dez mil por cem… “Quem encontrou um tesouro, vende tudo e compra o terreno”. Quem encontrou Jesus Cristo, se despoja do passado e investe no presente, naquilo que enche seu coração de alegria. Por essas e outras é que acredito mais e mais na força transformadora de nossa juventude cristã. Ela nos enche de esperança. Ela, só ela, tem em mãos o trunfo que buscamos para a construção de um mundo melhor, um mundo sem as aflições e conflitos que hoje dominam nossos noticiários, nossa história. Pois que das agruras do indiferentismo humano às propostas de Cristo já estamos cansados, não pelas frustrações que colhemos, mas pela decepção de uma colheita frustrada. Também, pudera, colher o quê, se plantamos pouco? Mas uma nova safra virá, mais frutuosa do que a nossa. WAGNER PEDRO MENEZES wagner@meac.com.br

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