DÍZIMO – OS PRÓ E OS CONTRA – Antoninho Tatto

Sobre o dízimo verificam-se duas posições bem distintas:
de um lado, os que quase não falam sobre o dízimo, e de outro lado os que falam demais. Tenho lido e ouvido depoimentos de padres que ficam arrepiados só de pensar em falar sobre o dízimo. Há os que, ao falarem, o fazem com tal escrúpulo que a impressão que dá é que estão pedindo desculpas ao povo por tratar de tal assunto.
Do outro lado da história, temos um comportamento de pessoas que tratam do dízimo sem o menor escrúpulo e nenhuma ética. E para justificar-se lançam mão de todos os argumentos possíveis e imagináveis, usando a Bíblia a seu bel-prazer para alcançar os fins que desejam, nem sempre recomendáveis. É constrangedor constatar estas situações em muitas igrejas.
Como é também constrangedor constatar que muitas igrejas passam a falar do dízimo só quando estão sufocadas financeiramente, quando as entradas não correspondem às necessidades. Na maioria das vezes a pregação do dízimo é para aumentar o faturamento.
Se esta for a razão da Pastoral do dízimo – aumentar a renda da paróquia – estamos desvirtuando nossa missão, nosso compromisso de fidelidade com a palavra de Deus. Independentemente da necessidade financeira, o dízimo deve ser pregado, assimilado e assumido porque faz parte dos ensinamentos de Deus ao seu povo.

Dízimo não é campanha financeira para resolver problemas de dinheiro. A Igreja necessita de recursos para realizar sua missão, e por isso exortam-se os fiéis para que assumam sua responsabilidade nesta tarefa, pois “Igreja somos todos nós e suas necessidades são nossas” diz um cartaz da diocese do Callau, em Lima, Peru.
A missão da Igreja é a razão pela qual devemos pregar – sem desvirtuar – sobre o dízimo. A igreja é mestra em orientar, ensinar e animar sobre aspectos importantes que envolvem a vida das pessoas, em vista do bem comum e da salvação de todos. A ela cabe discernimento, quando se tratar de dízimo.

Quando somos convidados a colaborar com a missão da Igreja, somos lembrados dos pontos essenciais, do que é fundamental: tudo é de Deus, tudo pertence a Ele e nada mais somos que administradores fiéis, ou não, disso tudo.
Alguns com muito, ***** com pouco. Cada um na proporção do que recebeu, bens e dons, é responsável pela administração para o bem de todos. E isso independe da necessidade econômica da Igreja.
Antoninho Tatto

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