Maria a dizimista do Pai

Nos Evangelhos não encontramos nenhuma passagem sobre Maria devolvendo o seu dízimo. Encontramos sim, outras que expressam que Maria era cumpridora das leis e tradições de Moisés. O evangelista Lucas nos faz essa narrativa: “Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo, antes de ser concebido. Terminados os dias da purificação deles, conforme a Lei de Moisés, levaram o menino para Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor conforme está escrito na Lei do Senhor: ‘todo o primogênito de sexo masculino será consagrado ao Senhor’. Foram para oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, conforme a Lei do Senhor (2,21-24). Ora se Maria era obediente e cumpridora a Lei do Senhor, muito mais ela seria com a devolução do seu dízimo. Como verdadeira judia, observante das tradições, Maria, fazia do seu dízimo uma gratidão ao Senhor da Vida, sem dúvida, ela também ensinou e transmitiu o valor do dízimo e da partilha a Jesus seu amado filho, levando esse ensinamento ao longo de sua vida, transmitindo aos seus discípulos e a todas as pessoas (cf. Mt 14,13-21; Mc 6,32-44; Lc 9,10-17; 19,1-8 Jo 6,1-15).

O fato de Maria e José levarem Jesus ao Templo e lá ‘oferecerem em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, conforme a lei do Senhor’, nos demonstra a simplicidade e pobreza da família sagrada. Segundo a Lei de Moisés deveria ser oferecida uma rês de gado de pequeno porte, caso não tendo condições ofereceria duas rolas ou dois pombinhos; assim está escrito: “Se a pessoa não tiver recursos para oferecer uma rês de gado miúdo, como sacrifício de reparação pelo pecado que cometeu, levará para o Senhor duas rolas ou dois pombinhos, um deles para sacrifício pelo pecado e o outro para o holocausto” (Lv 5,7). Mesmo em sua pobreza Maria e José realizam o que pede o costume religioso, demonstrando que são cumpridores da Lei. Jesus nasce pobre, em uma família pobre e na sua pobreza deu-nos a graça da salvação (cf. Fl 2,6-11). Mas, não se limitaram a sua pobreza, esforçaram-se para observar o preceito da Lei do Senhor. No Evangelho de Lucas, também, diz que Maria e Jesus iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa e com eles o seu filho Jesus (cf. 2,41), se eram observantes as tradições, quanto mais ao preceito do Senhor que solicita aos israelitas a levarem seus dízimos, holocaustos e sacrifícios: “No lugar que o Senhor tiver escolhido para fazer habitar o seu nome, aí é que vocês levarão tudo o que eu lhes ordenei: holocaustos, sacrifícios, DÍZIMOS, donativos e todas as ofertas escolhidas que tiverem prometido como voto ao Senhor” (Dt 12,11).

Maria, mãe de Jesus e nossa nos ensina muito a sermos verdadeiros dizimistas. O dízimo de Maria é sua própria vida dedicada ao Senhor. Sua disponibilidade total a ser a mãe do salvador mostra a sua entrega, seu dizimo da vida, o que não é uma simples porcentagem, um valor determinado, é a totalidade da gratidão, a entrega da vida, do tempo, dos dons, dos bens, é colocar-se inteiramente ao Senhor: que dízimo maravilhoso! “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

Pensemos no gesto grandioso de Maria, a dizimista do Pai, em fazer de sua vida uma entrega a Deus. E peçamos a Maria, Nossa Senhora do Dízimo a sermos fieis e verdadeiros dizimistas. Oremos: “Ó Maria, gloriosa mãe de Deus, ergue-se a vós a nossa oração. Que a sua fidelidade a Deus e ao seu projeto de salvação, conceda-nos a graça de sermos fiéis no dízimo, para colaborar com Deus, com a Igreja e com os pobres, e construir uma unidade concreta para suportar as adversidades e dificuldades desta vida. Queremos que a Palavra de Deus explicada ao povo, faça-o cada vez mais devoto de Nossa Senhora e comprometido com o dízimo e a oferta. Amém. Nossa Senhora do Dízimo, rogai por nós!

Fraternalmente,

Padre José Ronnes dos Santos Santana

Paróquia São Francisco de Assis, Fátima-Bahia

Diocese de Paulo Afonso – Bahia

Contato: (75) 3658.2020

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