60 anos da CNBB

Foi uma grande ideia que se desenvolveu no correr do tempo durante esses 60 anos e a história da CNBB é muito significativa para a Igreja no Brasil e também para a sociedade brasileira. Houve momentos de uma presença significativa da CNBB no contexto da própria comunidade nacional, sobretudo, no tempo da Ditadura Militar e das restrições das liberdades individuais, a Conferência dos Bispos permaneceu como ‘voz da sociedade’ e espaço, também, de liberdade de expressão e de autoridade de falar pela sociedade onde, muitas vezes, não havia possibilidade de diálogo. Para a própria Igreja no Brasil, a CNBB, que é a Conferência dos Bispos do Brasil, foi um organismo de fraternidade, de colegialidade entre os bispos muito importante que ajudou a estabelecer metas, linhas de uma pastoral de conjunto para a Igreja no Brasil, de modo que os bispos, nas suas dioceses, os vários organismos da Igreja em todo o Brasil, se sentissem amparados e orientados na sua ação eclesial, seguindo algumas pistas como as famosas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). Essas pistas que orientam a ação pastoral da Igreja nas dioceses e nas realidades locais, com isso sempre se procurou estar atento e antenado àquilo que são as orientações universais da Igreja e, sobretudo, aquilo que é a missão primordial da Igreja que é Evangelizar. Hoje, com todo o esforço da Nova Evangelização que está sendo proposto para toda a Igreja, sobre o qual foi realizado o Sínodo dos Bispos, em outubro de 2012, a Nova Evangelização, de fato, repropõem isso, que a Evangelização, a missão que se traduz em projetos, propostas concretas e esforços concretos, seja de fato a grande questão da Igreja, que seja assumido, de novo, como a grande missão da Igreja. A CNBB, graças a Deus, há muitos anos vem pondo isso sempre na linha de frente no seu objetivo geral, sempre a palavra Evangelizar aparece logo no início como a grande questão. Por isso mesmo a CNBB tem sido importante para a Igreja no Brasil, para a realização da obra de evangelização, naturalmente agora, com a Nova Evangelização, novos acentos serão colocados nesta meta fundamental da Igreja que é Evangelizar. Em fim, a CNBB é um grande organismo de colaboração, mas também de solidariedade entre os bispos e as dioceses que os bispos representam. Tantas ações bonitas foram surgindo ao longo deste tempo, desses 60 anos, e eu quero lembrar como exemplo a ação da Campanha da Fraternidade, que é uma ação de colaboração que vai criando uma cultura de solidariedade, não só na Igreja, mas também na sociedade. Temos também a Campanha para a Evangelização que visa conscientizar para a responsabilidade de todos em relação à obra da Evangelização e também a contribuição concreta para a Evangelização, de modo que a coleta é repartida, ficando uma parte na diocese, outra parte vai para a CNBB em âmbito regional e nacional, para que se possa realizar a obra da Evangelização em âmbitos mais amplos do que a própria diocese, então existe essa ação de colaboração entre as Igrejas e as dioceses através das várias campanhas. Faço votos para que a CNBB continue avançando na sua história sempre tendo muito clara a sua meta de ser este organismo de colegialidade, de colaboração, de fraternidade entre os bispos, que se estenda também para as Igrejas, as dioceses e todos os organismos e organizações eclesiais representadas pelos bispos, para que, de fato, a Igreja, como um todo, no Brasil, possa trabalhar, se encaminhar sempre mais para o cumprimento da sua missão. Que Deus abençoe todos aqueles que estão à frente da CNBB, na sua Presidência, nas Comissões Episcopais Pastorais, dos Regionais, no exercício de suas funções de coordenação e animação neste grande organismo que é a CNBB. Ao mesmo tempo Deus abençoe e recompense a todos aqueles que já estiveram, aqueles que foram os fundadores, aqueles que já faleceram e deram muito de si, de sua vida, para a obra da CNBB, para o engrandecimento desse organismo, mas também para ajudar a CNBB a realizar a sua missão, e que, a CNBB tenha uma longa vida para que ela possa realizar ainda muito mais daqui por diante”. Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo (SP)

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