O secretário executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP) da CNBB, professor Pedro Gontijo, apresentou ao Conselho Permanente da Conferência um amplo painel das questões significativas da atual realidade social e política no Brasil e no mundo. A primeira parte da análise mostrou o quadro internacional e destacou que “o estabelecimento de uma área de comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia se apresenta como possibilidade de superação da crise financeira de 2008, ao tempo que baliza para o risco de um aprofundamento do projeto de globalização baseado no neoliberalismo”. Percebe-se também, disse Gontijo, que o quadro geral da realidade mundial aponta para “frustrações acerca de novas dinâmicas que a chamada primavera árabe foi (in)capaz de estabelecer no mundo árabe”. O professor também abordou a repercussão na mídia da renúncia do Papa Bento XVI e, no âmbito de análise mais geral, destacou “a preocupação com a reparação para as famílias vítimas da explosão nuclear ocorrida há quase dois anos em Fukushima, no Japão”. Em segundo lugar, a análise de conjuntura tratou do cenário da América Latina que “vive tempos de busca de novos modelos de existência com autonomia política com relação aos EUA. As experiências de governos totalitários e de avanço do neoliberalismo em décadas passadas fizeram emergir forças locais que faziam oposição ou divergiam das políticas hegemônicas”. O professor Gontijo recordou que “mais que analisar as situações de cada país são apresentados alguns aspectos que ilustram a conjuntura latino-americana na Bolívia, na Argentina, no Uruguai, na Venezuela, no Equador e as repercussões da passagem pelo Brasil da blogueira cubana Yoani Sánchez”. “No cenário nacional, abordam-se as indefinições da economia brasileira e mundial e suas repercussões nos vários países, que no Brasil produziu um ‘pibinho’”. Gontijo também apresentou análise “do significado do anúncio da presidente Dilma do fim da extrema pobreza no país e seus desafios”. E, no final dessa parte da análise, abordou a antecipação do calendário eleitoral de 2014. E conclui-se com a apreciação da delicada situação do Congresso Nacional frente à decisão do STF sobre a ordem de votação dos mais de três mil vetos presidenciais. O trabalho da equipe especial que faz análise de conjuntura, na apresentação do professor Pedro Gontijo, mostrou também que “no âmbito dos movimentos sociais são analisadas as ofensivas contra o povo Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul, que resultaram no assassinato de um jovem indígena por um fazendeiro da região”. A análise também considerou os “significados da inauguração de um laticínio oriundo de Assentamento de reforma agrária realizada no Paraná e as reivindicações das mulheres ocorridas durante a realização do I Encontro Nacional do Movimento das Mulheres Camponesas, ocorrido em Brasília no mês de fevereiro último”. No final da apresentação da análise de conjuntura, padre Geraldo Martins, assessor de política da CNBB apresentou alguns destaques sobre notícias do Congresso: “a tramitação do Estatuto da Juventude, a preocupação com a proposta de alteração da lei sobre o Sistema Nacional de Política sobre Drogas; e o andamento do projeto de Reforma Política e o perigo da redução da maioridade penal”. Depois do debate dos bispos, sem que tenha autoridade de texto oficial da Conferência, mas uma contribuição da CBJP, o texto da análise de conjuntura será disponibilizado no site da CNBB.