Nesta semana, o Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre os Atos dos Apóstolos.
O tema escolhido pelo Papa foi inspirado no Capítulo 3, 39 dos Atos dos Apóstolos: “Cuidado para não se meterem contra Deus! Os participantes do Sinédrio aceitaram o parecer de Gamaliel”.
Confira, na íntegra as palavras do Papa Francisco aos fiéis:
Caros irmãos e irmãs, bom dia !
Continuamos a catequese sobre os Atos dos Apóstolos. Diante da proibição dos judeus de ensinar em nome de Cristo, Pedro e os apóstolos respondem com coragem que não podem obedecer àqueles que desejam interromper a jornada do evangelho no mundo.
Os Doze mostram, assim, que eles possuem aquela “obediência da fé” que desejam despertar em todos os homens ( Rm 1,5). A partir de Pentecostes, de fato, eles não são mais homens “solitários”. Eles experimentam aquela sinergia especial que os faz se descentralizar e dizem: “nós e o Espírito Santo” (Atos 5,32) ou “o Espírito Santo e nós” (Atos 15, 28). Eles sentem que não podem dizer “eu” sozinho, são homens descentralizados de si mesmos. Fortalecidos por essa aliança, os apóstolos não se deixam intimidar por ninguém. Eles possuíam uma coragem impressionante! Pensemos que estes eram covardes: todos escaparam, fugiram quando Jesus foi preso. Mas, de covardes, eles se tornaram tão corajosos. Por quê? Porque o Espírito Santo estava com eles. O mesmo acontece conosco: se tivermos o Espírito Santo, teremos a coragem de seguir em frente, a coragem de vencer muitas lutas, não por nós mesmos, mas pelo Espírito que está conosco. Eles não retrocedem em sua marcha como testemunhas intrépidas de Jesus Ressuscitado, como os mártires de todos os tempos, incluindo os nossos. Os mártires dão a vida, não escondem que são cristãos.
Pensemos que, alguns anos atrás – ainda hoje existem tantos – mas nos recordemos que há quatro anos, os cristãos ortodoxos coptas, verdadeiros trabalhadores, na praia da Líbia: todos foram assassinados. Mas a última palavra que disseram foi “Jesus, Jesus”. Eles não haviam vendido a fé, porque o Espírito Santo estava com eles. Estes são os mártires de hoje! Os apóstolos são os “megafones” do Espírito Santo, enviados pelo Ressuscitado, para espalhar com prontidão e sem hesitar a Palavra que traz a salvação
E, de fato, essa determinação faz tremer o “sistema religioso” judaico, que se sente ameaçado e responde com violência e sentenças de morte. A perseguição aos cristãos é sempre a mesma: as pessoas que não querem o cristianismo se sentem ameaçadas e, assim, levam a morte os cristãos. Mas, no meio do Sinédrio, se eleva a voz diferente de um fariseu que decide conter a reação dos seus: se chamava Gamaliel, um homem prudente, “doutor da lei, estimado por todo o povo”. Em sua escola, São Paulo aprendeu a observar “a lei dos pais” ( Atos 22, 3). Gamaliel toma a palavra e mostra a seus irmãos como exercitar a arte do discernimento diante de situações que vão além dos esquemas convencionais.
Ele demonstra, citando alguns personagens que se apresentavam como Messias, que todo projeto humano pode primeiro receber elogios e depois naufragar, enquanto tudo o que vem do alto e traz a “assinatura” de Deus é destinado a durar. Projetos humanos sempre falham; eles têm um tempo, como nós. Pense em tantos projetos políticos, e como eles mudam de um lado para o outro, em todos os países. Pense nos grandes impérios, pense nas ditaduras do século passado: eles se sentiam potentíssimos, pensavam que iam dominar o mundo. E e depois todos eles caíram. Pensem também hoje, nos impérios de hoje: cairão, se Deus não estiver com eles, porque a força que os homens têm em si mesmos não é duradoura. Somente a força de Deus dura.
Pensemos na história dos cristãos, também na história da Igreja, com tantos pecados, com tantos escândalos, tantas coisas ruins nesses dois milênios. E por que não caiu? Porque Deus está nela. Somos pecadores e também tantas vezes causamos escândalos. Mas Deus está conosco. E Deus nos salva primeiro, e depois a eles; mas o Senhor sempre salva. A força é “Deus conosco”. Gamaliel demonstra, citando alguns personagens que haviam se apresentado como Messias, que todo projeto humano pode primeiro ter êxito e depois naufragar. Portanto, Gamaliel conclui que, se os discípulos de Jesus de Nazaré acreditavam em um impostor, eles estavam destinados a desaparecer no nada, mas eles seguiam alguém que vem de Deus, é melhor desistir de combatê-los e adverte: “para que não aconteça de serdes também achados combatendo contra Deus ” (Atos 5,39). Ele ns ensina a fazer esse discernimento
São palavras calmas e perspicazes que nos permitem ver o evento cristão com uma nova luz e oferecem critérios evangélicos, porque nos convidam a reconhecer a árvore por seus frutos (Mt 7,16). Eles tocam corações e alcançam o efeito desejado: os outros membros do Sinédrio seguem o seu parecer e renunciam às intenções de morte, ou seja, matar os apóstolos.
Peçamos ao Espírito Santo que atue em nós para que, seja pessoalmente seja comunitariamente, possamos adquirir o habitus do discernimento. Peçamos a Ele que sejamos sempre capazes de ver a unidade da história da salvação através dos sinais da passagem de Deus em nosso tempo e nos rostos daqueles que nos rodeiam, porque aprendemos que o tempo e os rostos humanos são mensageiros do Deus vivo
“Diante da proibição dos judeus de ensinar no nome de Cristo, Pedro e os apóstolos respondem com coragem que não podem obedecer aos que desejam interromper a viagem do Evangelho no mundo. Os Doze mostram que possuem a ‘obediência da fé’ que eles desejam despertar em todos as pessoas. A partir de Pentecostes, eles deixam de ser pessoas sozinhas. Vivem uma sinergia especial que os descentraliza de si mesmos e os leva a dizer: ‘nós e o Espírito Santo’. Sentem que não podem dizer ‘eu’ sozinho, mas ‘nós’, o ‘Espírito Santo e nós’”, disse Francisco.
O Pontífice afirma que na força desta aliança, os apóstolos não se deixam assustar por ninguém, pois tinham uma coragem impressionante. “Pensamos que eram covardes: todos fugiram, fugiram quando Jesus foi detido pela polícia. Todos. Mas, passaram de covardes a corajosos. Por quê? Porque o Espírito Santo estava com eles. O mesmo acontece conosco: se tivermos o Espírito Santo dentro nós, teremos a coragem de seguir em frente, a coragem de vencer muitas lutas, não por nós mesmos, mas pelo Espírito que está conosco”, destacou.
Segundo o Santo Padre, os apóstolos não recuam em sua marcha como testemunhas intrépidas do Ressuscitado, como os mártires de todos os tempos, inclusive deste tempo. Os mártires dão a vida, não escondem que são cristãos, observou. “Pensemos nos cristãos coptas ortodoxos na praia da Líbia, verdadeiros trabalhadores, que foram todos degolados, quatro anos atrás. Pensemos também hoje. A última palavra que eles proferiram foi ‘Jesus, Jesus’. Eles não venderam a fé, porque o Espírito Santo estava com eles. Os mártires de hoje”, completou.
“Os Apóstolos são os megafones do Espírito Santo, enviados por Jesus ressuscitado a difundir com prontidão e sem hesitação a Palavra que salva. Esta determinação deles faz tremer o sistema religioso judaico, que se sente ameaçado e responde com violência e condenações à morte”, sublinhou Francisco. O Papa apontou que a perseguição dos cristãos é sempre a mesma: as pessoas que não querem o cristianismo sentem-se ameaçadas e levam os cristãos à morte.
Mas, no Sinédrio, eleva-se a voz de Gamaliel, um fariseu diferente que escolhe conter a reação dos demais, recordou o Pontífice. “Um homem prudente, doutor da lei estimado por todo o povo”, caracterizou. Na escola de Gamaliel, o Santo Padre recorda que São Paulo aprendeu a observar “a Lei de nossos pais”, conforme ele diz no Capítulo 22 dos Atos dos Apóstolos.
O Papa recordou que Gamaliel toma a palavra e convida os seus correligionários a exercer a arte do discernimento, diante de situações que excedem os padrões usuais: “Ele mostra, citando alguns personagens que se fingiram Messias, que todo projeto humano pode primeiro receber elogios e depois naufragar, enquanto tudo o que vem do alto e tem a “assinatura” de Deus está destinado a durar”.
“Os projetos humanos sempre falham; eles têm um tempo, como nós. Pensem em tantos projetos políticos, e como eles mudam de um lado para o outro, em todos os países. Pensem nos grandes impérios, pensem nas ditaduras do século passado. Sentiam-se poderosos, que podiam dominar o mundo. Depois todos desabaram. Pensem também nos impérios de hoje: desabarão, se Deus não estiver com eles, porque a força que os homens têm em si não é duradoura”, garantiu.
O Santo Padre prosseguiu: “Somente a força de Deus permanece. Pensemos na história dos cristãos, incluindo a história da Igreja, com tantos pecados, tantos escândalos, tantas coisas ruins nesses dois milênios. E por que não desabou? Porque Deus está ali. Nós somos pecadores e muitas vezes escandalizamos. Mas Deus está conosco. A força é ‘Deus conosco’. Portanto, Gamaliel conclui que, se os discípulos de Jesus de Nazaré creram num impostor, são destinados a desaparecer; se ao invés seguem alguém que vem de Deus, é melhor desistir de combatê-los; e adverte: ‘Cuidado para não se meterem contra Deus. Nos ensina a fazer esse discernimento’, sublinhou Francisco.
As palavras de Gamaliel, são palavras pacatas e sensatas, que permitem ver o evento cristão com uma nova luz, observou o Pontífice. Segundo o Papa, essas palavras tocam os corações e obtêm o efeito desejado: os outros membros do Sinédrio seguem aceitam o seu parecer e renunciam aos propósitos de morte, ou seja, matar os apóstolos.
Francisco concluiu sua catequese, convidando os cristãos a pedir ao Espírito Santo para agir a fim de que possam“adquirir o hábito do discernimento”. “[Que o Espírito Santo nos ajude a] ver sempre a unidade da história da salvação através dos sinais da passagem de Deus em nosso tempo e nos rostos daqueles que nos rodeiam, e a aprender que o tempo e os rostos humanos são mensageiros do Deus vivo”.