A solenidade de abertura do Curso Anual dos Bispos do Brasil aconteceu na segunda-feira, 6, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro. Durante a abertura oficial, o arcebispo metropolitano, dom Orani João Tempesta, ressaltou a importância de reencontrar amigos e de partilhar a vida para gerar um ânimo novo ao ministério episcopal. “Esse é um curso que pretende ser de convivência, de fraternidade, de atualização, de partilha e de descanso também. É muito bom estarmos juntos. Cada vez que nós nos reunimos, não só por aquilo que escutamos, mas especialmente pelo que nós convivemos, nos ajudamos a crescer e nos tornamos muito mais amigos, além da coletividade que nos une”, disse dom Orani. A mesa de abertura foi composta pelo bispo auxiliar emérito do Rio de Janeiro e organizador do evento, dom Karl Josef Romer, e pelos conferencistas: arcebispo de Kinshasa, no Congo, cardeal Laurent Monsengwo Pasinya; presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch e o secretário da Congregação para a Educação Católica, dom Jean-Louis Bruguès. Com mais de 100 bispos inscritos de todo o país, o encontro tem como tema principal os “50 anos após o Concílio Vaticano II – Novo Dinamismo e Novas Interrogações para a Igreja”. As conferências vão abordar três documentos do Concílio: “Palavra de Deus”, “Ecumenismo” e “Ensino das Instituições Católicas”. “Agradecemos muito a Deus por poder oferecer aos bispos do Brasil esse encontro anual, e a nossa intenção é dar continuidade ao que Dom Eugenio Sales começou. Espero que na vida e no ministério de cada um de vocês os frutos sejam abundantes”, afirmou dom Orani. Segundo dia O segundo dia do Curso para Bispos teve início às 7h com a missa presidida pelo presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch. As duas primeiras conferências de ontem, 7, foram ministradas pelo arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, cardeal Laurent Monsengwo Pasinya, que falou sobre a “Revelação na história”, à luz da Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina (Dei Verbum). No início da tarde, os bispos reunidos ouviram a palestra do Secretário da Congregação para a Educação Católica, dom Jean-Louis Bruguès. Dom Bruguès iniciou sua reflexão sobre o assunto a Declaração Conciliar “Gravissimum educationis”. Em sua primeira colocação, aprofundou o contexto da elaboração e do conteúdo do documento conciliar. Frisou que hoje, 50 anos após o Concílio Vaticano II, o mundo vive novamente um tempo de emergência educativa, mas que em nenhum momento a Igreja deixou de desenvolver o seu ensinamento e a sua obra no campo educativo. Após abordar o contexto histórico, fazendo uma ampla análise do período preparatório e dos anos de reunião do Concílio, o bispo fez uma exposição detalhada das partes da “Gravissimum educationis”, destacando os temas da educação da pessoa num contexto de abertura ao mundo contemporâneo e na sua integralidade; da passagem da escola instituição à comunidade educativa para servir a pessoa; e sobre a missão dos professores.