Haiti ainda exige atenção especial

O arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, visitou o Haiti no início deste mês, no âmbito do projeto “Missão Belém”. A “Missão Belém” nasceu na Igreja em São Paulo em outubro de 2005 e foi instituída canonicamente pelo cardeal, em 2010. Hoje, está presente em três países e conta cem casas. No Haiti, acolhe 500 crianças e 200 mães. Durante a viagem, dom Odilo visitou o arcebispo de Porto Príncipe, dom Guire Poulard, que explicou a situação da Igreja neste tempo posterior ao terremoto. Dom Odilo relata que as condições na região são precárias. “Ainda falta reconstruir muitas igrejas, as missas continuam a ser celebradas debaixo de tendas, a construção do seminário ainda não começou. A visita à catedral, em ruínas, é desoladora. No entanto, andando pelas ruas, já não se veem mais tantos sinais do terremoto; os materiais foram removidos e a maioria das casas recuperáveis parecem ter sido reparadas. Contudo, edifícios públicos, de governo, continuam em ruínas”. O arcebispo de São Paulo descreveu que muitas pessoas continuam a viver em grandes campos de tendas, enquanto não recebem uma casa para morar. “Muita gente também foi para as periferias da cidade e constituiu novas favelas, ocupando áreas disponíveis; outros foram para as montanhas, perto de Porto Príncipe, onde o ar é melhor; também essas estão à espera de receber uma casa”, relata. Dom Odilo se reuniu com o Núncio Apostólico, com os capelães do Brasil e do Paraguai, das Forças de Paz da ONU e as religiosas da CRB. Fez uma via-sacra no meio da favela: “Foi uma experiência chocante ver de perto onde e como vivem aquelas pessoas. A ideia de Jesus, que continua a carregar a cruz nas dores e sofrimentos da humanidade, foi muito forte. O Haiti continua sendo um país muito pobre e devastado; mas tem muitas possibilidades e, com muitos pequenos ‘milagres’, motivados pela solidariedade e a caridade fraterna, certamente conseguirá superar a situação atual.”

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