Cidade do Vaticano (RV) – Como resultado da falta de atenção e troca de governos, em geral, as condições dos cárceres na América Latina são nefastas. Quem afirma é o relator especial sobre tortura e maus-tratos da ONU, Juan Méndez. Durante coletiva de imprensa em Genebra, na quarta-feira, ele mencionou os recentes motins com repercussões trágicas em prisões de Honduras, México e Brasil e, também, destacou que em muitas prisões são cometidos abusos contra prisioneiros que equivalem a tortura. “A situação das prisões em toda a América Latina é nefasta, muito ruim. Claro que existem graus e as condições variam, mas acho que não há ao menos um país que pode se orgulhar de ter um sistema prisional humano”, disse Méndez. Méndez disse ainda que os governos na América Latina não dão prioridade para a reforma do sistema carcerário nem do sistema de justiça criminal. A este respeito, ele disse que a superlotação é um resultado de advertência, que é também o resultado da tendência de criminalizar tudo e mandar muitas pessoas para a cadeia, mesmo quem não deveria estar lá. Por fim, Méndez disse que, enquanto práticas degradantes nas prisões não são ordenadas por governos, não significa que eles não são responsáveis por sua ocorrência.(ONU/RB